Carro da emissora de TV SBT foi incendiado durante protesto no centro do Rio de Janeiro
Homens
da tropa de choque da Polícia Militar atiraram balas de borracha e
jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo contra o Hospital Municipal Souza
Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, onde são socorridos pelo menos 40
feridos em confronto com PMs durante protesto contra os altos preços das
passagens de ônibus na noite desta quinta-feira (20).
Os
policiais chegaram a tentar entrar na unidade de saúde, uma das
principais da cidade, para deter manifestantes que se refugiaram no
local, mas foram impedidos pelos próprios ativistas. "Está um desespero
trabalhar aqui dentro hoje", disse uma médica que preferiu não se
identificar.
Dentro
do hospital, pacientes e manifestantes chamavam os policiais de
"covardes", aos gritos. Mesmo após a saída dos policiais do local, o
cheiro do gás lacrimogêneo era sentido fortemente no interior do Souza
Aguiar.
Procurada pela reportagem do UOL, a Polícia Militar afirmou que ainda não havia recebido informações sobre o ocorrido e que apuraria os fatos.
Confronto
Após a chegada de cerca de 300 mil pessoas
ao prédio da prefeitura do Rio de Janeiro, alguns manifestantes que se
aproximaram demais da cavalaria da Polícia Militar entraram em confronto
com os PMs às 19h. Bombas de efeito moral foram lançadas pelos
policiais e houve muita correria no local. Manifestantes jogaram pedras
nos policiais e colocaram fogo em sacos de lixo. Segundo a Secretaria
Municipal do Rio, 40 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas ao
Hospital Souza Aguiar, ao menos seis atingidas por balas de borracha.
O
auxiliar de marceneiro Cléber Tavares, 23, disse que foi atingido na
confusão. "Jogaram uma pedra ou um pedaço de madeira que atingiu minha
cabeça. Fiquei tonto", contou ele que foi atendido por um grupo de
voluntários.
Um
carro da equipe de reportagem do "SBT" no Rio de Janeiro foi totalmente
incendiado na Praça Onze. A emissora informou, ao vivo, que nenhum
funcionário ficou ferido no incidente. Um jornalista da "Globonews" foi
ferido na cabeça por uma bala de borracha.
Imagens da Prefeitura
As
câmeras da prefeitura, que transmitem imagens da cidade 24 horas por
meio do site do Centro de Operações, substituíram imagens da avenida
Presidente Vargas e do prédio da prefeitura, para onde se dirigiram os
manifestantes, foram substituídas por cenas do trânsito em outras partes
da cidade, como a Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, na zona
oeste.
Na
página Operação Pare o Aumento! Passe Livre Já! Internautas reclamam da
falta de imagens. Segundo a assessoria do Centro de Operações, o desvio
se deve a um problema técnico e estão sendo colocados prints das câmeras
na página do CEOP no Facebook.
Por
volta das 19h, quando os cerca de 300 mil manifestantes chegaram ao
prédio da prefeitura do Rio de Janeiro, algumas pessoas se aproximaram
demais da cavalaria da Polícia Militar e entraram em confronto com os
PMs. Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais e houve muita
correria no local. Manifestantes jogaram pedras nos policiais e
colocaram fogo em sacos de lixo.
Metrô Fechado
As
estações Cinelândia, Carioca, Cidade Nova, Uruguaiana e Presidente
Vargas, no centro, foram fechadas devido à "insegurança externa",
segundo o Metrô Rio. As estações Praça Onze e Central também haviam
sido fechadas, mas foram abertas após a chegada de reforço da Polícia
Militar. Segundo a assessoria do metrô a medida foi tomada por questões
de segurança.
Diversas
lojas no centro da cidade também fecharam suas portas mais cedo e
vários comerciantes optaram por colocar tapumes em frente as vidraças.
A
estação das Barcas S.A na Praça 15 ficou fechada por cerca de meia hora
depois que um grupo de manifestantes tentou invadir o local. Segundo a
assessoria da empresa, parte da estação foi depredada, mas ainda não é
possível precisar os danos. A estação já foi reaberta e o serviço está
sendo normalizado.
CUT e Partidos
Cerca de 20 militantes da CUT
(Central Única dos Trabalhadores) chegaram a ser expulsos da
concentração para o protesto. Os militantes foram encurralados na
esquina da avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram
socos e empurrões.
Os
manifestantes destruíram as bandeiras e todo o material do grupo
vinculado à CUT e levaram os mastros como prêmio. Pressionados pela
multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela
rua da Quitanda. Por volta das 17h, um carro de som puxava o coro dos
manifestantes.
Militantes
de partidos políticos que levavam bandeiras para a passeata foram
recebidos com vaias, palavras de ordem e bombas. "O povo unido não
precisa de partido", gritaram os manifestantes apartidários para um
grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PC do B e descia a rua
Uruguaiana em direção à avenida Presidente Vargas, onde acontece o
protesto. "Sem partido", repetiam os manifestantes contrários à
partidarização. "Sem fascismo", respondiam os militantes partidários.
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